quinta-feira, 20 de dezembro de 2007






Não se fala em outra coisa. A performance de Alzira na Uisqueria Cincinatti mexeu não só com o público masculino como também com o feminino. Todos querem ter – ou ser – a Outra! No meio desse furacão está Flávia Alessandra que, em entrevista exclusiva, conta que fez muita musculação para ganhar força e montou em casa o tubo e o queijo para treinar diariamente a pole dance, como é chamado esse tipo de performance. E não é só o público que está adorando as cenas calientes. O marido da atriz, Otaviano Costa, também é só elogios: “Ele me mandou um torpedo: ‘Você estava ótima! Foi show, todo mundo adorou’”. Confira a íntegra do bate-papo abaixo!
Como você se preparou para fazer a Alzira?Eu tinha dois lados da Alzira para trabalhar. Primeiro a Alzira enfermeira, que é essa mulher recatada, pudica e seca. Para esse universo dela, eu imaginei uma coisa mais infeliz, e isso fica claro até no figurino dela. Ela não usa roupas coloridas, não usa brinco, sempre seca, que só vive aquela vida. E do outro lado tinha a Alzira da uisqueria. Essa Alzira é completamente diferente da primeira, ela é até mais feliz porque gosta do que faz. Mas, além disso, teve a história da dança que eu tive que fazer aulas. Precisou fazer quantas aulas de dança?Precisei e ainda preciso! Eu comecei a fazer aulas um mês e meio antes de começar a gravar. No início eu fazia quase todo dia, mas depois passei a fazer três vezes por semana. Mas ter a Alessandra Valença como professora foi um laboratório para mim. Como eu convivi muito com ela, a gente conversava, trocava idéias, então eu aproveitei para pegar até os trejeitos, a forma como ela se porta, eu confesso que eu roubei tudo dela. E tive também que fazer muita aula de musculação e aeróbica para dar resistência e força, porque não é fácil, não.
É verdade que você montou o queijo e o cano na sua casa?É verdade! Quando eu vi que a coisa estava ficando intensa eu montei tudo lá em casa para todo dia eu poder ensaiar um pouquinho. Qual passo foi o mais difícil de aprender?O que continua sendo o mais difícil nessa parte do pole dance, que é essa acrobacia no tubo, é fazer tudo isso com muita sensualidade. Porque o pole em si não é sensual, ela é um tipo de ginástica, como existe o pilates, a acrobacia no tecido. Enfim, ele requer muito esforço, e o mais difícil é fazer esse esforço com aquela expressão de como se nada estivesse acontecendo. Como se sentiu na hora de gravar?Eu estava muito ansiosa, porque pela primeira vez eu ia fazer no cenário mesmo, usando as roupas da Alzira, mas acabou que deu tudo certo e foi ótimo. Fiquei feliz por ter conseguido realizar isso. Porque por mais que eu tivesse treinado muito, é diferente de quando você está montada com tudo certinho. E a hora H é sempre a hora H, né? Numa enquete realizada no site, o público diz que Dorgival merecia ser enganado. O que você acha disso?Eu acho que ninguém merece ser enganado. Mas acredito que essa resposta do público seja por causa dessa construção do Dorgival. Dessa imagem que ele passa de uma pessoa até meio asquerosa, desse homem que fica em casa acomodado, relaxado, que não ajuda e que não paparica a mulher. Você acha que toda mulher tem duas caras, ou seja, um lado mocinha e um lado mais ousado?Não só toda mulher, mas todo ser humano. Acho que isso faz parte. Toda pessoa é diferente dependendo do ambiente que ela está, e isso é normal e completamente saudável. Nesse sentido, você acha saudável para um relacionamento que a mulher tenha estas duas facetas?Como a Alzira, eu acho que não. Mas eu acho que todo mundo tem uma forma diferente de agir numa relação quando você está entre quatro paredes. É claro que é diferente quando você está sozinho com seu parceiro e quando você está em um ambiente público. Faz parte do contexto da história e de um comportamento normal. Você acha que interpretar a Alzira despertou mais a sua sensualidade?Não acho, não. Eu estava até conversando com a Renata Sorrah outro dia e dizendo que nossos personagens acabam com a nossa auto-estima. Porque no fundo a Alzira é aquela personagem sem nada, infeliz, e a uisqueria acabou se tornando o circo dela. É o lugar onde ela tem prazer de estar, onde ela vê luz, e brilho, porque no dia-a-dia com aquela vida dela, aquele marido, nada ao redor dela tem graça. Como foi a reação do público no dia seguinte à exibição da cena?Eu viajei sexta à noite, voltei domingo, fui direto para casa e vim gravar na segunda. Eu ainda não saí na rua, então ainda não sei como foi. Tudo que eu já ouvi foi aqui dentro do Projac mesmo, que é meio suspeito, né! O seu marido, Otaviano, encarou a cena numa boa?Ele viu e adorou! Como não viajou comigo, ele conseguiu assistir e me mandou um torpedo: “Você estava ótima! Foi show, todo mundo adorou”. Ele está gostando, e até me ajuda muito porque a gente é muito crítico um com o outro. Na novela, Alzira, até então, era chamada de mulher honesta. Você a considera uma mulher desonesta? Eu acho que ela é esperta. Porque se ela admite isso para o marido, é claro que ele não aceitaria, e essa foi a forma que ela encontrou de sustentar a casa. Mas não acho que ela seja desonesta por isso, não. Ela se revelou muito esperta pra mim, porque ela consegue transitar muito bem entre os dois universos que ela vive. A Alzira tem muito jogo de cintura e sabe levar bem essa situação.

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